terça-feira, 28 de julho de 2009

Os professores - a revolta

Saudações,

Desde há uns tempos que andava com vontade de escrever sobre os professores e expressar a minha indignação a respeito desta classe profissional. Não, não tenho de base qualquer coisa contra os professores. O que não consigo compreender é o porquê de tanta indignação da sua parte, quando para mim serão talvez a classe mais privilegiada existente no nosso País.

No que toca à avaliação de que tanto se queixam, não conheço o processo a fundo para poder opinar, mas parece-me que, da mesma forma que outras classes trabalhadoras são tambem avaliadas, tambem os professores o deveriam ser. Da forma que este governo definiu? Isso já nao sei (repito nao conheço o processo a fundo), mas que deveriam ser avaliados, ah isso deveriam.

Irrita-me de sobremaneira o facto de haver tanta contestação contra este processo de avaliação, e não ter havido ainda, da parte dos sindicatos e do seu lider (que nao quer mais do que servir-se do cargo como plataforma de lançamento para se perfilar na primeira linha à sucessão de Jerónimo de Sousa como próximo secretário geral do Partido Comunista Português), uma contraproposta com alternativas crediveis e aceitaveis para que o processo tenha o seu natural rumo.

Esta falta de soluções apresentadas leva-me a acreditar apenas e só numa coisa. Os professores nao se manifestam contra a avaliação à qual os querem sujeitar, mas estão revoltados contra uma serie de regalias e privilégios que lhes têm vindo a ser retirados. Senão vejamos:

  • Conhecem alguma classe trabalhadora que tenha mais férias que os professores? Eu não

  • Conhecem alguma classe trabalhadora que tenha um horário tão reduzido como os professores? Eu não

  • Conhecem alguma classe trabalhadora na qual se possa trabalhar paralelamente no sector privado sem passar recibo, estando claramente, desta forma, a cometer o crime de fuga de impostos? Eu não

  • Conhecem alguma classe trabalhadora na qual exista uma promiscuidade tão grande entre o público e o privado (reparem bem, a forma de avaliar um bom ou mau explicador, tem a ver com os resultados obtidos pelos seus explicandos na escola onde andam, resultados que têm a ver com a avaliação feita pelos seus pares aos alunos...ou seja quanto mais altas forem as notas dadas por determinado professor a um aluno, melhor publicidade é feita no mercado privado de explicações para o seu colega, que nao maior parte das vezes pertence à mesma instituição - obviamente que isto nao corresponde à verdade para muitos professores espalhados pelo nosso país mas lá que é promiscuo é) - no que respeita a este ultimo ponto suspeito que muitos de voçes terão vontade de responder "os médicos". Não discordo de todo, mas isso será assunto para outro post.

Por ultimo gostava ainda de deixar a minha indignação para o seguinte facto. O jornal Publico noticia hoje mais uma reunião que correu mal entre professores e ministério, respeitante à revisão do estatuto da carreira docente. Resposta da FenProf : "prometemos uma forte contestação no inicio do ano lectivo". Nada contra a contestação, cada um é livre de contestar o que bem entender, mas porque nao contestam agora, no fim do mês de Julho, e adiam para o inicio do ano lectivo? É assim tão escandaloso perder um dos mais de 40 dias de férias dos quais são a unica classe trabalhadora a dispor?

Ao longo do meu percurso escolar tive bons e maus professores. Tenho a certeza que os bons, não levarão a mal esta minha critica... a esses obrigado.

Saudações

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