quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Eleições Legislativas III - análise de resultados

Saudações,
Acabadas as eleições, chegámos finalmente ao ponto em que algumas clarificações devem ser feitas.
Na minha modesta opinião, a primeira grande ilação a tirar é que cerca de 40% da população portuguesa se está a borrifar para os destinos do País, o que por si só, ilustra bem o estado do País que temos. Um pais onde as pessoas pura e simplesmente nao se importam com o seu futuro (sim porque no fundo é disto que estamos a falar), não pode, obviamente ir longe. E nao me venham com o argumento de que ja nao acreditam na classe politica, e que isto é tudo um bando de ladrões...se efectivamente é isso que acham, entao votem em branco. Se todos aqueles que nao votaram tivessem votado em branco, as eleiçoes teriam que ser repetidas e os candidatos nao poderiam ser os mesmo, pelo que o voto em branco significa MESMO que a pessoa nao se identifica com nenhum dos candidatos.
Segunda ilação a tirar: 37% da população quer que as medidas apresentadas pelo PS vão para a frente. Quer isto dizer que nao me parece justo que se volte a falar de TGV, Aeroporto, avaliação dos professores ou na nova auto estrada Lisboa-Porto. Ao faze-lo, ao pôr em causa estas decisoes, estariamos a desrespeitar a opiniao da maioria das pessoas que votaram...sim porque quem nao votou, agora que fique caladinho durante 4 anos (ou 2, a ver vamos).
Terceira ilação: MFR teve mais 2 deputados que Pedro Santana Lopes em 2005... so dá vontade de rir... desconfio que se Santana tivesse ficado a liderar a bancada parlamentar do PSD durante a ultima legislatura, e se se tivesse mantido como lider do maior partido da oposição, Socrates nao lideraria o próximo governo. A onda de histerismo que contra ele se levantou, certamente teria acalmado e estas eleiçoes teriam certamente um desenlace diferente. (um pequeno esclarecimento - quanto a mim, ainda bem que nao ficou)
Quarta ilação: o PP teve um resultado historico e agora ninguem vai calar o Portas. Confesso que sinto falta de mais leguminosas de raiz nacional nas bancas dos nossos supermercados, portanto senhor Paulo Portas, cumpra por favor com as promessas que fez, que 11% dos portugueses votantes contam consigo para se forrarem o estomago de verduras da nossa horta.
Quinta ilação: o bloco passou de um partido sem importência mas ainda assim necessário, que com os seus poucos deputados trazia à baila assuntos de menor importância que mais ninguem na assembleia se lembrava de discutir, mas que ainda assim mereciam (e deveriam) ser legislados (nao necessariamente com as propostas de lei por eles apresentados), a um partido incomodo, que poderá (na minha opinião) tornar ingovernável o País (ou muito me engano ou, se tivermos eleiçoes antecipadas, é graças a estes senhores).
Sexta ilação: esta nem era preciso escrever, já que é uma evidência desde há muitos anos para cá....os comunistas estão todos a morrer...taditos...ate tenho pena deles...
Resta portanto pedir aos novos representantes de todos nos que façam um trabalho digno das pessoas que neles votaram, ao novo governo que Jose Socrates formará que leve este país para a frente que bem estamos precisados, e aos restantes partidos que nao façam oposição destrutiva mas sim construtiva, ou seja , nao façam oposição apenas por fazer.
Saudações

sábado, 26 de setembro de 2009

Eleiçoes Legislativas II

Saudações,

Como o prometido é devido, cá estou para vos deixar as minhas impressões relativamente às eleições de amanha. Desde já peço desculpa, mas a dissertação será mais curta e resumida do que o desejado, mas não tarda começa o repasto futebolístico do fim de semana, o qual obviamente não quero perder.

Ora vamos então ao tema quente da semana. Gostaria de começar por vos dizer que nestas eleições temos claramente que nos pautar por um d dois racionais: ou bem que assumimos o principal pressuposto em que se baseia a justiça e que nos diz que até prova em contrário qualquer acusado é inocente, e partimos para uma avaliação justa e apenas baseada em critérios políticos objectivos, ou bem que acreditamos em tudo aquilo que se vai dizendo por ai acerca da nossa classe politica, e pura e simplesmente nos abstemos e vamos para a esplanada, já que S.Pedro assim nos permite, dizer mal do País e a resignarmo-nos com a miséria para a qual parece estarmos destinados. Senão vejam bem. Se por um lado temos um candidato a primeiro ministro acusado de ter comprado um curso, ter favorecido a construção de um shopping em Alcochete (reparem que o mesmo governo PS que chegou a ser acusado de não querer o aeroporto em Alcochete para poder beneficiar uns supostos detentores de terrenos na Ota, é também acusado de favorecer a construção de um shoping na mesma localidade), ou ainda favorecer a empresa de construção presidida por uma seu camarada, por outro, temos um partido acusado de comprar votos para eleições internas por 30 €, tirando assim qualquer legitimidade democrática à sua actual líder, com candidatos a deputados (reparem que utilizo o plural) acusados de 11 crimes de corrupção e burla, com uma percentagem elevada de candidatos autárquicos acusados de todos os crimes de corrupção e desvio de fundos que o meu intelecto se consegue lembrar, ou ainda com filiados seus, que por acaso ate são acessores do presidente da republica, a inventarem casos de espionagem no palácio de Belém. Eu, como de resignado não tenho nada, e quero ainda acreditar que há (tem mesmo que haver) saída para tudo isto, opto pela primeira, pelo que amanha la estarei a exercer o meu direito (deveria ser mesmo um dever) de escolha de quem me governará nos próximos anos.

Feita a introdução, passemos ao que interessa. Relativamente aos partidos sem hipótese de chegar de chegar a governo (e aqui incluirei o BE já que, para bem de todos nos, espero que não possa MESMO chegar ao governo) pudemos assistir a um Paulo Portas que claramente teve o melhor desempenho da campanha. Se houvesse um óscar para o melhor actor da campanha, Portas seria claramente o vencedor. Este homem parece ter sido talhado para fazer campanhas. É vê-lo contente pelas feiras, a beber taças de tinto com um qualquer agricultor, a fazer vindima no Norte e a pescar a Sul. Parabéns Paulinho das feiras…uma vez mais estiveste em grande. Jerónimo….aqui não há muito a dizer. Manteve a coerência. Com um discurso acertado para uma percentagem pequena da população, Jerónimo é coerente no seu discurso e nas suas acções. Terá certamente direito a manter o numero de deputados. Louça… confesso que tenho dificuldades em escrever (ou sequer pensar) em Francisco Louça sem em dar um ímpeto grande de agressividade e vontade de partir coisas, pelo que prefiro falar do Bloco como um todo e não apenas no seu líder. Ora, o bloco, que durante 4 anos fez por merecer o premio de rei da critica, deparou-se com a possibilidade de eleger um numero significativo de deputados e ter alguma influencia na governação deste pais, e como no melhor pano cai a nódoa, estragou tudo. Quando foi (quase que) obrigado a apresentar medidas (quando falo em medidas falo em temas que realmente interessam ao pais e não apenas pequenos fait divers que em nada influenciam a vida de todos nos) não foi capaz de apresentar absolutamente nada com conteúdo, adequado à realidade em que vivemos, e que se pudessem constituir como medidas serias e honestas para a vida dos portugueses. Será talvez o único partido para o qual vou fazer um apelo directo. Por amos da Santa, não votem Bloco de Esquerda.
Falemos então dos dois partidos que têm possibilidade de constituir Governo. PSD… tive a curiosidade de ir ler o programa eleitoral proposto por estes senhores…esclarecedor. Fiquei a saber que o PSD propõe acabar com o desemprego, reduzir o défice, controlar a despesa, ajudar as PME’s e desenvolver o País. Ora não é isto a que se propõem todos os partidos? Não é isto que queremos todos nos? Senhora Ferreira Leite e seus acessores…Não vos parece que todos nos merecíamos um pouco mais de respeito e seriedade da vossa parte. A ideia que o PSD transparece é que pura e simplesmente não pensou no assunto…pura e simplesmente não sabe o que fazer…ora é para aí que queremos que o nosso país se dirija? Para o nada, para um vazio de ideias? Não chega já de estarmos parados no tempo e de sermos constantemente ultrapassados por qualquer ex pais de leste acabado de entrar na EU?
PS… depois nos tiros nos pés que foram a candidatura de Soares à presidência da republica e a campanha vergonhosa para as europeias encabeçada por Vital Moreira, mostrou uma enorme força nesta campanha. Mostrou o que quer fazer, para onde quer levar o pais e como o quer fazer…concorde-se ao não se concorde com o nos é proposto, reconheça-se que as cabeças pensadoras socialistas, mostraram que querem fazer algo, que têm ideias e sabem qual o caminho por onde querem guiar todos os portugueses. Eu pessoalmente, tenho uma opinião bastante positiva deste ultimo governo. Acho que efectivamente foram feitas reformas importantes, e principalmente foram lançadas as bases para outras reformas serem feitas. Como tal, como já devem ter reparado e tendo em linha de conta o principio da inocência ate prova em contrario, o meu sentido de voto inclina-se para os PS de José Sócrates, na esperança de que este País saia do marasmo em que se encontra desde há já muitos anos.

Tenho dito

Saudações

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Estadio da Luz

Há um texto que há muito deveria ter colocado aqui mas por esta ou aquela razao, nunca o fiz. O Texto é de Carlos Mozer, talvez um dos maiores centrais de sempre do Benfica, e fala acerca do sentimento de pisar o relvado da Luz. Para quem nunca leu, aqui fica:
“É preciso sair do país para enxergar o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo. Estive três anos em França, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome, convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre no meu pensamento.
Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo
clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.
Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o inicio, sempre que jogávamos em casa.
Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia:
“Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível.”
Terrível para os outros. Não sei se o se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa.
Mas para mim, sempre pensava: “Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no estádio da Luz, cheios.” Era o que eu pensava.
Até que, na taça dos campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Me lembro de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: “Você vai estar em condições de jogar contra o Benfica?”
Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois, jogos joguei a duzentos por cento.
Depois do primeiro jogo, em Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: ” Papin, voçê quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado?” Engraçada a reacção do Papin: “Voçê, está querendo me meter medo, Mozer?”
Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer.
Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos logo indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o marselha perdesse a eliminatória.
Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já “tremendo de medo”. E ria-se bastante.
Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo.
Quando cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, compeletamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar.Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para entrar.
Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: “O que era aquilo?”.
Aquilo respondi eu, é o INFERNO DA LUZ. Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sózinho. Espreitando, àsaida da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar.
No regresso às cabinas, perguntei a Papin: “Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?”
A resposta, nunca mais a esqueci: “Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é ENORME!”
Naquela noite, o Marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o único a ter uma vitória.
Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica.”
José Carlos Mozer

Eleições Legislativas

Saudaçoes,

Bem sei que depois das férias tenho andado bastante ausente, mas o trabalho assim o obriga.
Ja que tenho um espaço onde posso publicamente exprimir as minhas opinioes e apelar ao que quer que seja, queria fazer a todos os que insistem em ler as minhas dissertações, um forte apelo para que no proximo Domingo vão votar.... votem...nem que seja em branco.
Cada vez mais se nota a desilusão generalizada das pessoas relativamente à politica, mas acham, sinceramente, que o facto de não irem votar, contribui de alguma forma para que a situação melhore? Pois eu acho que não.
Assim, acho que todos nós devemos pensar um pouco (coisa casa vez menos usual nos dias de hoje) naquilo que acreditamos, para onde achamos que devemos ir e como o devemos alcançar.
Queria ainda fazer um ultimo pedido: no vosso exercicio mental acerca de quem merece a vossa confiança, tenham em conta os problemas que realmente interessam ao país. Não que o casamento entre homosexuais, a legalização das drogas leves ou mesmo a avaliação dos professores, não constituam problemas com os quais teremos que lidar, mas neste momento, e enquanto país que somos, temos problemas que me parecem mais urgentes de se lidar com. Pensem então como é que o partido que merecerá o vosso voto (sim recordo que nestas eleiçoes votamos num partido e nao apenas no Socrates, MFL, Louça, Portas ou Jerónimo) pensa em resolver problemas como o do desemprego, do defice, da divida, do defice energético, das filas de espera nos hospitais, da falta de agricultura no país, da justiça (ou mais propriamente da falta dela), entre outros (sao tantos que poderia passar a tarde aqui a enumerá-los). Pensem quais as soluçoes que os vários partidos apresentam para levar este partido para a frente, ou entao pelo contrario (no estado em que esta a politica em portugal pode eventualmente ate fazer mais sentido este exercicio) pensem na falta de soluçoes apresentadas por alguns partidos, e a partir daí poderão aferir melhor quais as ideias de cada partido para o nosso País.

Nao me quero nem posso alongar mais, pelo que vos deixo a promessa de que antes de Domingo, voltarei para deixar a minha opiniao acerca dos partidos e seus respectivos candidatos. Qua eu saiba, Sabado à noite não há nenhuma festa digna de registo, pelo que poderão ficar em casa entretidos a ler as minhas dissertações e a deixarem-se ser influenciados pela minha pessoa :-)

Saudaçoes

P.S: como vos disse no inicio, ando cheio de trabalho pelo que isto foi escrito um bocado assim em cima do joelho...desculpem eventuais incorrecções:-)