sexta-feira, 17 de abril de 2009

O melhor bar do mundo

Saudações,


No passado fim de semana fui ao Silk, a ultima coca-cola da noite lisboeta. As expectativas eram altissimas já que no momento antes de entrar, fui informado que dito espaço tinha sido considerado o melhor bar do mundo. Desconfiado de tal feito (está para chegar o dia em que me expliquem quais os indicadores por detrás de tal feito), e depois de informado pelo porteiro de que numa próxima visita deveria apresentar uma indumentária mais de acordo com o dress code exigido pela casa, lá me meti no elevador, com outras 6 pessoas, que apresentavam um ar de medo e formalismo como se de uma visita à rainha de inglaterra se tratasse. Mas que raio, em que ano estamos pensei eu? Isto já não se usa...ter medo de encarar o porteiro? entrar no bar de cabeça baixa e intimidádos com os demais presentes. Senti-me como quando tinha 18 aninhos e vinha a Lisboa sair à noite só para ir à Capital.

Justiça seja feita, o primeiro contacto com o bar é realmente impactante. A vista é, de facto, impressionante, o bar tem, na realidade, muito boa pinta e as meninas do bar são realmente de regalar os olhos.

Contente com a segunda impressão (a primeira foi a "revival session" das entradas na Capital em 98), dediquei-me à apreciação do bar, não sem antes pedir um gin tónico para me refrescar. Empregados de bar, que fazem questão de deixar os clientes à espera de forma a poderem fazer todas as suas habilidades, na tentativa de impressionar as clientes estrangeiras presentes, aliás um costume ainda bastante em voga em paises como Angola, Marrocos e afins. Senhores, o melhor bar do mundo tem que ter barmans profissionais, não gigolos profissionais. Continuando a tentativa de pedir um gin, deparei-me com um cliente habitual, (daqueles que têm garrafa para impressionar a miuda, que se deixa impressionar tambem pelo cabelinho devidamente passado com gel, o belo do sapato quadrado, a camisa aberta até meio, de forma a poder mostrar o enorme fio de ouro e mangas dobradas q.b de forma a mostrar o maior relógio que havia na Boutique dos relógios do Colombo) a atropelar tudo e todos de forma a poder pedir um copo da sua garrafa. Objectivo alcançado: foi atendido à frente de toda a gente, a miuda ficou impressionadissima e toda a gente num raio de 5 metros ficou a saber que dita personagem era detentor de uma garrafa. Nota negativa para o atendimento que pactuou com tal situação.

Já de gin na mão, e depois de contemplar a vista mais um pouco (volto a referir, é realmente impressionante), fiz-me à pista. Bom, aqui os meus piores temores confirmaram-se. A musica foi de encontro as expectativas que criei assim que vi o DJ de braço no ar a olhar para as miudas sentindo-se o rei do mundo - Dj de braço no ar nunca foi, nem nunca será um bom presságio. O repertório apresentado parecia ter sido tirado de um qualquer clube da moda no final da década de 90. Aquele house old school que não faz sentido em lugar algum quanto mais no melhor e mais sofisticado bar do mundo. Mas porque raio é que se faz um bar que até tem condições para ser uma coisa evoluida e depois se apresenta musica totalmente desactualizada? Evoluam... Acompanhem as tendências....

Resumindo, pessoalmente, saio à noite para me divertir, não para ser visto, pelo que o comentário inicial relativo ao dress code era desnecessário. Serviço de bar, do piorzinho que tenho visto aqui pela capital (o facto de apresentarem as melhores marcas não é justificação para o preço praticado). A maior parte das pessoas, mais estrangeiros que portugueses, enganados, tal como eu, pelos slogan "o melhor bar do mundo", andam por la às apalpadelas, e com medo de não corresponderem às expectativas dos demais. Os restantes resumem-se aos individuos do sapato quadrado e suas companheiras impressionadas com o enorme relogio por eles apresentado, e encantadas com o facto de poderem beber gratuitamente da garrafa dos seus companheiros de noite. De resto poucos foram aqueles que me pareceram estarem de facto a divertirem-se.


Deixo-vos com duas das pérolas apresentadas pelo DJ, de dois dos mestres da musica de dança do seculo passado (aconselho-vos vivamente a levantar o braço enquanto ouvem)









Saudações

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